Não existe nada mais incrível para alguém viciado em séries do que uma produção intrigante desde o primeiro episódio. Você está assistindo, tentando descobrir alguma referência e só o que encontra é um montão de pistas. Boas pistas, que te deixam morrendo de curiosidade para saber onde aquela maluquice vai te levar. Nos primeiros cinco minutos, já estamos presos à trama que foi criada e não conseguimos mais parar até que a última temporada chegue ao fim. Assim é Orphan Black, mais uma das peças raras que encontramos na Netflix.
O mistério começa quando Sarah Manning (Tatiana Maslany) presencia o suicídio de uma mulher. Isso já seria dramático o bastante, mas, para apimentar as coisas… Essa mulher era exatamente igual a Sarah. Ela vê uma oportunidade nessa situação complicada (já que está com problemas financeiros) e acaba assumindo a identidade da suicida. Porém, quando pensa que encontrou uma mina de ouro, descobre que está no centro de algo muito maior, que vai mudar sua vida.
Vão surgindo mais e mais mulheres com o mesmo rosto que o seu. As personalidades são diferentes, os estilos, sotaques, contextos sociais, etc. Mas, as semelhanças físicas são inegáveis. Sim, queridos, essa série é um drama de ficção científica daqueles! Tem muita manipulação genética, cientistas, “máfias do DNA” e, como não podia faltar, uma porção de clones. Como se isso não fosse suficiente, elas precisam se unir para salvar as próprias vidas.
Além das experiências com ratinhos de laboratório [risos], também existem vários conflitos familiares – inclusive no contexto dessa “nova família” que se cria, apelidada de “clube das clones”. Os personagens são extremamente cativantes – principalmente Felix (Jordan Gavaris), Helena e Krystal (duas clones estreladas por Tatiana), que roubam a cena e fazem a maior falta em cada episódio que não aparecem – meus BAPHÔNICOS PREFERIDOS!
Preciso dizer que a atriz Tatiana Maslany deu um show! O pessoal do figurino ajudou bastante na caracterização das “irmãs”, mas, a atuação dela foi brilhante. Ela deu vida a umas 10 mulheres, pelo menos, e era possível diferencia-las CLARAMENTE, mesmo quando faziam trocas malucas.
O enredo foi muito bem pensado, de um jeito que não nos deixa desinteressados com o passar das temporadas nem permanece na mesmice. As pequenas narrativas dos diferentes núcleos são exploradas de forma certeira… Quando começamos a cansar de uma história, lá vem outra para nos impactar. Enquanto isso, tudo se conecta em uma guerra genética gigantesca [isso, mil “Gs” pra vocês]. Um ou outro detalhe [às vezes, não tão insignificante assim] acaba ficando para trás, deixando buracos… Mas, nada que não possamos relevar devido à qualidade geral da produção.
A série me fez pensar muito nas discussões que tem surgido sobre células tronco, inteligência artificial, modificações genéticas e tudo mais. Apesar de tratar de uma realidade diferente da que estamos vivendo – por ser muito mais avançada -, acredito que a ciência não deve estar muito distante desse nível de complexidade. Talvez até, eu é que seja leiga demais nessa área para saber o que está rolando.
De qualquer modo, é interessante ver as possibilidades se materializando. Além disso, é assustador como o ser humano tem um “complexo de Deus” tão acentuado, ao ponto de fazer um monte de caquinhas para criar algo perfeito, com as próprias “mãos”.
Orphan Black acabou, após cinco temporadas de sucesso. E o final, além de eletrizante, também consegue ser fofo. Então, se ainda não assistiu, adicione à sua lista e comece o quanto antes! Certamente, vai acabar maratonando e chegando ao fim rapidinho – igual eu fiz. Vale muito a pena!
Sentirei saudade, iRRRmãs!
Criação: Graeme Manson e John Fawcett
Produção: Temple Street Productions
Distribuição: BBC America (EUA), Space Channel (Canadá) e Netflix
Gênero: Ficção científica / Drama
Origem: Canadá
Status: Encerrada
Duração: 2013-2017
Temporadas: 5
Episódios: 44
Stars: 4,5